SOBRE O POEMA DE MESA
Aproximar pessoas é tarefa das mais hercúleas. O POEMA DE MESA é um exercício que começou de forma natural e despretensiosa, mas que em seguida se vislumbrou (quase que conjuntamente) para os dois poetas como uma poderosa munição capaz de atingir pessoas de um modo diferente. Atingir é aproximar. É ligação. É contato. É mistura. É movimento.
O POEMA DE MESA pretende oferecer à comunidade interessada um modo inédito de divergir sobre as questões do poema: em poesia. É fato mais do que notório que a interlocução entre poetas, e mesmo entre escritores em geral, não são profícuas. Em cartas, aqui e acolá, eventualmente notamos alguma alusão ao processo criativo daqueles que se correspondem. Mas o tipo de diálogo proposto aqui neste projeto não tem precedentes na literatura brasileira e abre uma nova chance ao provocar inquietações. Também provocar os leitores/expectadores/ouvintes, especialmente os jovens, a que percebam a dimensão e as possibilidades da palavra poética como crítica, reflexão e autorrealização. E ainda, provocar outros poetas, para que possam questionar e amplificar seus próprios modos de se comunicação com seus pares e com o público em geral.
Tudo começou quando Jorge Cardozo, signatário desta proposta, estimulado pela leitura de um poema de Marlos Degani, tomou a iniciativa de responder/defender o seu ponto de vista, discordante do exposto por Degani, por meio de um outro poema. Cardozo, então, criou uma réplica para o poema de Degani que afirmava que o poema em si, conceitualmente não existia. Foi o início de tudo.
A partir deste poema-resposta de Cardozo, a dupla percebeu que estava à frente de um novo processo de discussão literária e de abordagem de divergências: por meio de um poema-provocação escrito por um e que tinha um correspondente poema-réplica escrito pelo outro em seguida; e assim planejaram construir um volume de poemas e, especialmente, um registro poético do que os poetas pensam (e divergem) sobre o poema, o poeta e a poesia.
Uma ferramenta de extrema importância neste trabalho, será a intertextualização. Pouco utilizada entre os poetas, muita vez ainda e tristemente confundida com plágio, a intertextualização é uma poderosa forma de interação com obras alheias; um crescimento mútuo de interesses e, especialmente, uma experimentação muito rica, pois o quem o faz experimenta um modo novo de escrever ou de elencar ideias e quem a inspira, experimenta, por sua vez, novos formas para o seu texto. A intertextualização é uma das práticas que o projeto pretende estimular entre escritores.
— Sei exatamente como é se sentir tocado por um texto e tentar expressar-se em vão, pois o que percebi ao ler "o poema", foi constatar que o autor, apenas, simples e sutilmente, fisgou o afeto adormecido em mim!!...
ResponderExcluir— Mergulhar na mensagem, por meio das palavras, das frases e dos versos, é experiência única, onde o torpor, nos eleva à transcender o entendimento racional do intelecto, para além d'alma afetar-se.